tag:blogger.com,1999:blog-2732643016111966982024-02-02T11:22:45.915-08:00ALENTEJO DO PASSADOUm Blog que visa transmitir às gerações mais novas, o que é isso da IDENTIDADE CULTURAL ALENTEJANA, com base em textos do autor, bem como de textos, poemas e pinturas daqueles que como ele sentiram o que é isso da ALMA ALENTEJANA.Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-22133899645049411132010-02-18T02:46:00.000-08:002010-02-18T03:20:22.781-08:00OS MONTADOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: white;">o</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaNYtoo3EFeaI3yr_2oNWIxoION1wwbyw7cr8EutvsWE6agKfPbQEGZNfKdBMKrEuPSbdL21pk4JstWfuU64sh25iS1vRNXszMc4pCHyiW8jFPn-LbH5iKIXq53mtPsxMLtEVQjpqlG0/s1600-h/montado+montado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ct="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQaNYtoo3EFeaI3yr_2oNWIxoION1wwbyw7cr8EutvsWE6agKfPbQEGZNfKdBMKrEuPSbdL21pk4JstWfuU64sh25iS1vRNXszMc4pCHyiW8jFPn-LbH5iKIXq53mtPsxMLtEVQjpqlG0/s320/montado+montado.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"><strong>OS MONTADOS</strong></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">A imagem apresentada, cujo original é um desenho a tinta da China, de ALFREDO MORAES de colecção particular, ilustra o texto “OS MONTADOS”, inserido na 19ª edição de “FINALMENTE…(LEITURAS PARA A 4ª CLASSE), da autoria de Joaquim Tomás, Chagas Franco e Ricardo Rosa y Alberty, editado em data desconhecida, pela Livraria Popular de Francisco Franco, de Lisboa. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">ALFREDO MORAIS (1872-1972), aguarelista e ilustrador contemporâneo, trabalhou em litografia na Imprensa Nacional e foi professor na Sociedade Nacional de Belas Artes. Fez ilustrações para jornais - como “Folha do Povo”, “Diário da Manhã”, “O Século”, “Diário de Notícias”, “O Mundo” e para numerosos livros, sendo bastante disputado pelas editoras.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Foi discípulo de Ramalho e Alfredo Keil. Figurou na 5ª Exposição do Grémio Artístico (1895), na 1ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes (1901) e seguintes. Foi galardoado com a medalha de honra na Sociedade Nacional de Belas Artes e com a medalha de ouro no Rio de Janeiro, bem como o 1º Prémio Roque Gameiro em 1946. Encontra-se representado no Museu do Chiado, Museu Regional Grão Vasco, Viseu, Museu Militar e outros.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O texto atrás referido é:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">OS MONTADOS</span></em></strong></div><div style="text-align: justify;"><em></em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Uma das grandes riquezas florestais do nosso país é constituída pelos montados*, ou sejam os povoamentos de azinheiras, de sobreiros e de carvalhos que cobrem uma superfície de 790.000 hectares, dos quais pertencem 380.000 às primeiras, 340.000 aos segundos e 70.000 aos últimos.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Se os pinheiros são de todo o País e os castanheiros são mais da sua metade norte, os montados, principalmente os de azinho e sobro, que são os mais importantes, abundam especialmente na sua parte sul.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Os montados de azinheiras e sobreiros cobrem quase completamente todo o País ao sul do Tejo até às serras do Algarve, e ainda parte dos distritos de Castelo Branco e Guarda, e são uma das maiores riquezas dos lavradores pela produção de bolota, que desempenha um importante papel na engorda de grandes varas* de porcos, dando um sabor esquisito à sua carne; pela enorme produção de lenha e carvão; e ainda </span></em><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">pela casca do sobreiro, a cortiça, que é uma das maiores forças de receita do nosso país e serve de matéria-prima a uma das mais ricas indústrias de Portugal.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A cortiça portuguesa é preferida nos mercados estrangeiros, onde tem atingido elevadíssimos preços, pois é superior em qualidade à que exportam a Espanha e a Argélia, únicas regiões no Mundo, além de Portugal, onde ela se cria.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aos sobreiros só de nove em nove anos se extrai a cortiça, gastando todo esse tempo na sua criação.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A tirada da cortiça, que se realiza apenas nos meses de Maio, Junho e Julho, é um dos trabalhos mais típicos* e curiosos dos nossos campos, tendo servido de tema a pintores e escritores para reproduzirem em tela ou descreverem em livros essas cenas tão cheias de pitoresco.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A cortiça, pelas inúmeras operações que sofre, desde a tirada da árvore até à sua exportação, quer em prancha, quer transformada em rolhas, quer moída em aglomerados ou desfeita em pó para a fabricação de corticite ou para a embalagem* e conserva de frutas frescas, emprega um grande numero de braços, sendo origem de uma das maiores actividades do País.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">As azinheiras e os sobreiros gostam de terrenos ásperos, calcinados*, e o seu porte é majestoso e severo.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">De um verde-escuro, um tanto triste mas perdurável, parecem feitos para cantar um céu mais azul e um sol mais quente, cm uma terra mais dilatada. Por isso os montados imprimem às vastas planícies alentejanas aquele aspecto grave e austero que se respira no ar, que se nota na terra e que caracteriza a gente.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">VOCABULÁRIO</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Montados: Campos de azinheiras, carvalhos e sobreiros.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Varas: manadas (quando são de porcos).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Típicos: característicos; que têm um tipo próprio </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Embalagem: empacotamento; enfardamento. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Calcinados: queimados pelo Sol.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O Vocabulário vem no fim do livro.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-59058098273895621062010-02-05T16:49:00.000-08:002010-02-05T16:53:53.193-08:00FLORBELA ESPANCA: ÁRVORES DO ALENTEJO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO8uWedkU9hQze8hTYCsVeczMBVwIM931Tf3QHW-QGPkH7T0qj-EnflUsayFhYpr9XfGqIfMIsCaozSfckHcpdrGj8FJVZpTo77ozPR4kMae2hDeeYXGuC3oipR6X5gTreO6q7-Y6tnsA/s1600-h/FlorbelaEspanca01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO8uWedkU9hQze8hTYCsVeczMBVwIM931Tf3QHW-QGPkH7T0qj-EnflUsayFhYpr9XfGqIfMIsCaozSfckHcpdrGj8FJVZpTo77ozPR4kMae2hDeeYXGuC3oipR6X5gTreO6q7-Y6tnsA/s320/FlorbelaEspanca01.jpg" /></a></div><br />
<div align="center">FLORBELA ESPANCA (1894-1930)</div><div style="text-align: center;"><a href="http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/florbela_espanca/biografia.html">http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/florbela_espanca/biografia.html</a> </div><br />
Estas árvores de que fala Florbela, são decerto, os sobreiros :<br />
<br />
FLORBELA ESPANCA: ÁRVORES DO ALENTEJO<br />
<br />
Horas mortas... Curvada aos pés do Monte<br />
A planície é um brasido... e, torturadas,<br />
As árvores sangrentas, revoltadas,<br />
Gritam a Deus a bênção duma fonte!<br />
<br />
E quando, manhã alta, o sol posponte<br />
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,<br />
Esfíngicas, recortam desgrenhadas<br />
Os trágicos perfis no horizonte!<br />
<br />
Árvores! Corações, almas que choram,<br />
Almas iguais à minha, almas que imploram<br />
Em vão remédio para tanta mágoa!<br />
<br />
Árvores! Não chorais! Olhai e vêde;<br />
- Também ando a gritar, morta de sede,<br />
Pedindo a Deus a minha gota de água!<br />
<span style="color: white;">O</span>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-65414390266784792272010-02-01T06:38:00.000-08:002010-02-01T06:45:24.974-08:00No monte<div align="center" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho0eh6TzAUfOKAV0Qk7eeLuKGd7KJM_UMfZwqMU8umj1GnGTmEH9f6g2T0VgUdusDnT5BKNmb3MH4oiXDcEukXyKk4W5l3Q1yBAH7FAaITzK9_ORfjwg3QJFm6EFZc4U9KpngNVL1Mkzw/s1600-h/CondeDeMonsaraz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM0pfX0rCAYpM33O8LulWdMOSpzyrsoUccdl7MIwDordLSTD167DOtJA01Rmd1ri9N3AZ_s_f8Bp2UXmgi8aFi96VJyoycCmlOiABlx7vPTqIk_0inhklqQy50ONX-YelmWqZr5ZVfwr8/s1600-h/condemonsaraz.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM0pfX0rCAYpM33O8LulWdMOSpzyrsoUccdl7MIwDordLSTD167DOtJA01Rmd1ri9N3AZ_s_f8Bp2UXmgi8aFi96VJyoycCmlOiABlx7vPTqIk_0inhklqQy50ONX-YelmWqZr5ZVfwr8/s320/condemonsaraz.png" /></a></div><div style="text-align: center;">Conde de Monsaraz (1852-1913)</div><div align="center"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
<strong>NO MONTE</strong></div><br />
No monte, o lavrador, cansado da labuta<br />
Do dia que passou, monótono, uniforme<br />
São oito horas, ceou, recolheu-se e já dorme,<br />
Feliz por ver medrar as terras que desfruta.<br />
<br />
A lavradora, não; activa e resoluta,<br />
Moireja até mais tarde e descansa conforme<br />
A faina lho consente e a barafunda enorme<br />
De homens e de animais que em derredor se escuta<br />
<br />
Mas a filha, que tem vinte anos e que sente,<br />
Nas solidões da herdade, a alma descontente<br />
E o sangue a referver num sonho tresloucado,<br />
<br />
Encosta-se à janela; ouvem-se as rãs e os grilos;<br />
E os olhos de azeviche, ardentes e tranquilos,<br />
Ficam-se horas a olhar as sombras do montado...<br />
<br />
<div align="center"></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-17519931963509619332009-12-31T05:39:00.000-08:002009-12-31T10:23:41.148-08:00BOM ANO NOVO DE 2010<div align="center"><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/1mvD89CnwCE&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/1mvD89CnwCE&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white;"><span style="background-color: white;">o</span><br />
</span><br />
</div><div style="text-align: center;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=1mvD89CnwCE"><span style="color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">CANTANDO AS JANEIRAS NO REDONDO</span></a><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com o findar do ano velho, só uma coisa é possível desejar aos visitantes deste blog. Que o NOVO ANO de 2010 lhes possa ser mais favorável que o ano de 2009. Sei que será difícil, mas sem demagogia, são esses os meus sinceros votos, que ilustro com a rapaziada do redondo a cantar AS JANEIRAS.</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span><br />
</div><div style="text-align: center;"><strong><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Hernâni Matos</span></strong><br />
<strong><span style="background-color: #eeeeee; color: white; font-family: Trebuchet MS;">o</span></strong><br />
</div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-17225863648825388982009-12-23T04:35:00.000-08:002009-12-23T06:13:22.008-08:00Vinhetas da Feira Exposição de Maio, em Estremoz<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: white;">o</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7kw7gn6nCDhfsOYY0Ae3e-m7Oew0DPTiDRmv_gpb08r1BcpiV-yj_UWWn89dL-NkQNrSuXGcOnU3PcUL9IMaFJIZv12hoBcP7QaM21n8LlXNGYkYJMCOuHzammqxEaiug3NyKebRgirA/s1600-h/selo_etz1926.gif" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="background-color: white; color: white;"><img border="0" ps="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7kw7gn6nCDhfsOYY0Ae3e-m7Oew0DPTiDRmv_gpb08r1BcpiV-yj_UWWn89dL-NkQNrSuXGcOnU3PcUL9IMaFJIZv12hoBcP7QaM21n8LlXNGYkYJMCOuHzammqxEaiug3NyKebRgirA/s200/selo_etz1926.gif" /></span></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1x9Cw6pkf30RZ98bHM7l0tj4boytvCiPAqWT3_kxHFCe7In-fzj1fEb-7C6SwvDHURxZe6zFzmVB7SN6YsQcSyj5mDLAaWsKVdvtlnleC6DNRe25jcPBYCS-iNChpitHpwP2vbXnQ8Q/s1600-h/selo_etz1927.gif" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="background-color: white; color: white;"><img border="0" ps="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1x9Cw6pkf30RZ98bHM7l0tj4boytvCiPAqWT3_kxHFCe7In-fzj1fEb-7C6SwvDHURxZe6zFzmVB7SN6YsQcSyj5mDLAaWsKVdvtlnleC6DNRe25jcPBYCS-iNChpitHpwP2vbXnQ8Q/s200/selo_etz1927.gif" /></span></a><br />
</div><div align="center" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">o</span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Parecem selos mas não são.</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">São vinhetas gomadas e denteadas, precursoras dos actuais auto-colantes, que os correios autorizavam a circular, para promover determinados eventos.</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">São interessantes quando apostas em documentos postais circulados e se estiverem obliteradas com um carimbo dos correios ainda é melhor e tanto melhor se este for da localidade a que se refere o evento.</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A primeira vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1926 - ano em que Estremoz foi elevada á categoria de cidade, o que aconteceu a 31 de Agosto de 1926, em virtude do decreto-lei nº 12.227, iniciativa do Engº Agrónomo Santos Garcia, representante do distrito de Évora, no Senado. Recorde-se que a Ditadura Militar que abriria as portas ao Estado Novo foi implantada a 28 de Maio de 1926 e viria a demitir a Comissão Executiva da Câmara Municipal de Estremoz, presidida pelo Dr. José Lourenço Marques Crespo (1872-1955), a 13 de Julho de 1926. Mas foi graças à iniciativa do Dr. Marques Crespo, que a “Notável Vila de Estremoz”, ascendeu à categoria de cidade.</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A segunda vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1927, já depois de Estremoz ter sido elevada à categoria de cidade. A Feira desse ano foi famosa e o cartaz da Feira e a capa do catálogo foram da autoria de Mestre Alberto de Souza (1880-1961). </span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #660000;">(</span><a href="http://www.hernanimatos.com/02ca0913albertodesouzaeestremoz.pdf"><span style="background-color: white; color: #660000;">http://www.hernanimatos.com/02ca0913albertodesouzaeestremoz.pdf</span></a><span style="background-color: white; color: #660000;"> ). </span></span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Macacos me mordam se não foi do seu traço magistral a autoria desta pequena maravilha que une num forte amplexo a mulher-ceifeira e a terra-mãe de Além Tejo. </span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #660000; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Estas vinhetas são documentos que assinalam uma época, tal como um programa do Antigo Cineclube de Estremoz, um santo protector distribuído na assassinada Igreja de Santo André ou um rótulo dum pirolito da extinta Fábrica Massano. São documentos que urge sensibilizar para a sua preservação, porque uma comunidade sem memória não tem futuro.</span><br />
</div><span style="background-color: #ead1dc;"><br />
</span><br />
</div><span style="background-color: #ead1dc;"><br />
</span><br />
</div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-7269154919946712702009-12-03T04:51:00.000-08:002009-12-03T07:33:55.726-08:00Em memória de uma ceifeira chamada Catarina<div align="center"></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#660000;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_Eufemia">http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_Eufemia</a></span></div><div align="center"><span style="font-family:Verdana;font-size:78%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;"></span></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigWZG8xEA_YC0lhJJqke9npn5rvvtUSQS62RAR9CvgEgMDrO1W1YqKC_vHW0Au79vsIvHQuC-J-1_M0pykjoQYW81ND52g1UvI6LTLjhIFy4T3I1pstRhqagkClK4OfFdWDlWu9CWl5LY/s1600-h/catarina.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410992105467475074" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 282px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigWZG8xEA_YC0lhJJqke9npn5rvvtUSQS62RAR9CvgEgMDrO1W1YqKC_vHW0Au79vsIvHQuC-J-1_M0pykjoQYW81ND52g1UvI6LTLjhIFy4T3I1pstRhqagkClK4OfFdWDlWu9CWl5LY/s400/catarina.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#660000;"><span style="font-size:78%;"></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#660000;"><span style="font-size:85%;"><strong>Gravura de José Dias Coelho (1923-1961)</strong></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dias_Coelho"><span style="color:#660000;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Dias_Coelho</span></a><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Dias_Coelho"></span></a></div><div align="center"><span style="font-size:78%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=gqo33D8Y7ZQ"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#660000;">http://www.youtube.com/watch?v=gqo33D8Y7ZQ</span></a></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#660000;"><strong>Carlos Paredes(1925-2004):</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#660000;"><strong>Em Memória De Uma Camponesa Assassinada</strong></span></div><div align="center"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_paredes"><span style="font-size:78%;color:#660000;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_paredes</span></a></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;color:#ffffff;">0</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><strong><span style="font-size:130%;">CANTAR ALENTEJANO<br /></span>Vicente Campinas (1938 - ) *</strong> </span></span></div><div align="left"><span style="font-size:78%;"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vicente_campinas">http://pt.wikipedia.org/wiki/Vicente_campinas</a></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">o</span><br /></span></span><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Chamava-se Catarina</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">O Alentejo a viu nascer</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Serranas viram-na em vida</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Baleizão a viu morrer</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">0<br /></span>Ceifeiras na manhã fria</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Flores na campa lhe vão pôr</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Ficou vermelha a campina</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Do sangue que então brotou</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">0<br /></span>Acalma o furor campina</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Que o teu pranto não findou</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Quem viu morrer Catarina</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Não perdoa a quem matou</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">0</span><br />Aquela pomba tão branca</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Todos a querem p’ra si</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Ó Alentejo queimado</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Ninguém se lembra de ti</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">0</span><br />Aquela andorinha negra</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Bate as asas p’ra voar</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Ó Alentejo esquecido</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;">Inda um dia hás-de cantar</span></span></div><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#660000;"><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">0</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">0</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><strong>* Este poema foi musicado por José Afonso</strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#660000;">( </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jose_Afonso"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#660000;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Jose_Afonso</span></a><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#660000;">),</span> </span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><strong>no álbum "Cantigas de Maio", </strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong><span style="font-size:85%;">editado no Natal de 1971</span>.</strong><br /></span></div></span></span><div align="center"><span style="color:#ffffff;">0</span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-9706947751016730742009-12-01T10:05:00.000-08:002009-12-01T10:11:22.150-08:00TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Camponês com pelico e safões<span style="color:#ffffff;">o</span><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yyX8k-vl0RM5b4IZkaB1cISgPVOQJzHe6_Osuamvm7zctO-HUEEgm-4G8ZCSVh2IVoxZ79SZd9SVEELN_MxqFjAh6o3dgTtgtAXEZOrJTVcv_F3tg__KrLo74y13gUyncxC3x-Cx0ZY/s1600/35.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410330945257161794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 210px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yyX8k-vl0RM5b4IZkaB1cISgPVOQJzHe6_Osuamvm7zctO-HUEEgm-4G8ZCSVh2IVoxZ79SZd9SVEELN_MxqFjAh6o3dgTtgtAXEZOrJTVcv_F3tg__KrLo74y13gUyncxC3x-Cx0ZY/s320/35.bmp" border="0" /></a><span style="color:#ffffff;"> 0<br /></span><div align="center"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;"><strong>ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,</strong></span></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;"><strong>calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,</strong></span></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;"><strong>funcionando como consciência plástica da Nação.</strong></span></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;"><strong>Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,<br />o nº 35 da "Série B" - Costumes Portugueses,</strong></span></span></span></span></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"><span style="color:#000000;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;"><strong>tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"<br />de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).</strong></span><br /></span></span><span style="color:#ffffff;">o</span></span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-41332907493589505402009-12-01T09:56:00.000-08:002009-12-01T10:13:09.497-08:00TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Camponês<span style="color:#ffffff;">o</span><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzDDgQQ7VRVXOhyR_VeY04hLameLmLWXQimKwFQMBww7M2_wBHaWm1x0_zheTiQw27Hvj23l_oVDTV7vNcOtxOEQZFdh-iBqIwEtOZpsmcHzK2LyivQcntTCoNZ-Dyz9NjIm7H9OkB_8/s1600/34.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410328434441520258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 208px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzDDgQQ7VRVXOhyR_VeY04hLameLmLWXQimKwFQMBww7M2_wBHaWm1x0_zheTiQw27Hvj23l_oVDTV7vNcOtxOEQZFdh-iBqIwEtOZpsmcHzK2LyivQcntTCoNZ-Dyz9NjIm7H9OkB_8/s320/34.bmp" border="0" /></a> <span style="color:#ffffff;">o</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>funcionando como consciência plástica da Nação.</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>o nº 34 da "Série B" - Costumes Portugueses,</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).</strong></span><br /></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-12828985654350419322009-12-01T07:48:00.000-08:002009-12-01T10:13:51.669-08:00TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Ceifeira<span style="color:#ffffff;">0</span><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiREkkL5TVjdqJVmVzpk9-ENn-gVOq1y4ityTVN7WPZJF8bbpla_zBJV707G4L73tXHZUudDl_cDB5buTmZ4oH-6625WSShpK6F-i3G7kmeV4prZM85Rw6tBn-zSUMAkCGntDtlPWvUFT4/s1600/33.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410326748475145202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 202px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiREkkL5TVjdqJVmVzpk9-ENn-gVOq1y4ityTVN7WPZJF8bbpla_zBJV707G4L73tXHZUudDl_cDB5buTmZ4oH-6625WSShpK6F-i3G7kmeV4prZM85Rw6tBn-zSUMAkCGntDtlPWvUFT4/s320/33.bmp" border="0" /></a><span style="color:#ffffff;"> o</span> <div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#ffffff;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,<br />calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,<br />funcionando como consciência plástica da Nação.<br />Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,<br />o nº 33 da "Série B" - Costumes Portugueses,<br />tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"<br />de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).</strong></span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:78%;color:#ffffff;">0</span></strong></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-81078239631461957842009-12-01T05:28:00.001-08:002009-12-01T09:47:50.723-08:00TRAJO POPULAR ALENTEJANO - O pastor<div align="center"></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguUQt5hxUg2DOp72kBrGGth7JhECpw33oCwl7Riy1uOV8cHOqOXHPwA_fEtNBkLv6ixwwCVOetop_aCj-WnXzSM-LliO2lnXGQsC9tf9RrlZKgw2GmLBwvaVSgSUmoQRhewZiz-rpPhho/s1600/32.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410259315962685266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 206px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguUQt5hxUg2DOp72kBrGGth7JhECpw33oCwl7Riy1uOV8cHOqOXHPwA_fEtNBkLv6ixwwCVOetop_aCj-WnXzSM-LliO2lnXGQsC9tf9RrlZKgw2GmLBwvaVSgSUmoQRhewZiz-rpPhho/s320/32.bmp" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador, </strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX, </strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>funcionando como <img class="gl_align_left" alt="Alinhar à esquerda" src="http://www.blogger.com/img/blank.gif" border="0" />consciência plástica da Nação. </strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>o nº 32 da "Série B" - Costumes Portugueses, </strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:78%;color:#330000;"><strong>de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).</strong></span></div><div align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:78%;color:#ffffff;">0</span></div><p align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></p><p align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#330000;">Sobre o traje, diz-nos o etnólogo Luís Chaves [1]: </span><span style="color:#330000;"><em>"O traje surge-nos como produto natural do meio, isto é, de quanto dentro e à volta do homem existe, e tudo o que influi no espírito e actua nele.Desde a escolha e adopção de tecidos,até à cor e forma, desde a ornamentação, ao arranjo das partes componentes, tudo aí tem razão de ser como é, e tem de estar onde está.".<br /></em>O trajo alentejano, tal como é revelado pelos bonecos de Estremoz, é rico e diversificado, quer seja usado por homem ou mulher, estando em relação directa com a posição de cada um na escala social e com as tarefas diárias desempenhadas.<br /><br /><strong>[1]</strong> CHAVES, Luís – A Arte Popular – Aspectos do Problema. Porto: Portucalense Editora, 1943.</span></span></p>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-60593696206992329062009-11-27T14:06:00.000-08:002009-11-27T15:44:59.365-08:00CANTO DO CEIFEIRO<div align="center"><br /><span style="color:#ffffff;">0</span><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5540K11zJ0DOkmK71ijCZS4S4xqWUVilNppDvRmvG6hlx5tg7SLUnejDL3Iy3vCl4Uc4ueIpapD5Sm5YcUhrkwjK5xtY4m2np79yWxEaazPlk1k78rvGZDXQ3RHuUlrZJ014L3ybJNM/s1600/Ceifeiros1(Carvalho).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408908977754073010" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 250px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5540K11zJ0DOkmK71ijCZS4S4xqWUVilNppDvRmvG6hlx5tg7SLUnejDL3Iy3vCl4Uc4ueIpapD5Sm5YcUhrkwjK5xtY4m2np79yWxEaazPlk1k78rvGZDXQ3RHuUlrZJ014L3ybJNM/s320/Ceifeiros1(Carvalho).jpg" border="0" /> <p align="center"></a><span style="font-size:85%;color:#000000;">Rogério de Carvalho (1915-1988),<br />Ceifa (anos 30)<br /></span><a href="http://www.hernanimatos.com/rogeriocarvalho.htm"><span style="font-size:85%;color:#000000;">http://www.hernanimatos.com/rogeriocarvalho.htm</span></a><span style="font-size:85%;color:#000000;"><br /></span></p><p align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;color:#663300;"></span></p><p align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;color:#ffffff;">o</span></p><p align="justify"><span style="color:#990000;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;">CANTO DO CEIFEIRO</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">Eduardo Valente da Fonseca</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><strong>in A CIDADE E OS HOMENS E OUTROS POEMAS, Edição do autor, Porto, sem data</strong>.</span><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><a href="http://www.campo-letras.pt/autores/eduardo_v_fonseca.html"><span style="color:#990000;">http://www.campo-letras.pt/autores/eduardo_v_fonseca.html</span></a><span style="color:#990000;"><br /><br />Canta ceifeiro canta,<br />sob o sol de Agosto, canta,<br />a terra é tão farta e tanta,<br />que chega para a tua fome<br />e cresce para a tua manta,<br /><br />Canta ceifeiro canta<br />a charneca e não sossobres.<br />Espanta o medo e o cansaço,<br />aguenta mais um pedaço<br />e canta ceifeiro canta<br />o heroísmo dos pobres.<br /><br />Canta ceifeiro canta<br />o Alentejo todo teu,<br />canta a charneca em flor,<br />canta o trigo com suor,<br />canta a lonjura do céu.<br />Canta ceifeiro canta<br />em Serpa. Cuba ou Ermidas,<br />ia que os braços são pequenos<br />dêem-se as vozes ao menos<br />que as vozes serão ouvidas.<br /><br />Canta ceifeiro canta<br />canta sempre sem espanto<br />tudo quanto tanto anseias,<br />que não vem longe o minuto<br />do teu suor ser enchuto<br />e tu seres a própria Paz.<br />Canta ceifeiro canta<br />e diz de quanto és capaz,<br /><br />Canta esses sulcos vermelhos<br />como as tuas maiores veias,<br />canta a luta e a tua sede<br />os azinheiros e o trigo,<br />canta a carne e o desabrigo<br />por todo o frio do inverno,<br />canta a morte dos teus filhos<br />mais a dos teus companheiros,<br />canta sempre canta, canta<br />belas canções de ceifeiro,<br />que o Alentejo cresceu.<br />dos teus braços de sobreiro<br />erguidos ao sol de estio,<br />e de todo o teu suor<br />Já do tamanho dum rio.<br /><br />Canta ceifeiro canta<br />o Alentejo todo teu,<br />que nele foi que nasceste<br />com raízes desde o fundo,<br />e nele os irmãos da terra<br />vem sendo há muito ofendidos<br />nos seus sempre sagrados<br />e humanos cinco sentidos.<br /><br />Canta ceifeiro canta<br />canta com ânsia e bravura<br />e que o canto que se levante<br />dê mais força á tua altura. </span></p></span>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-25548109926202469462009-10-01T07:45:00.000-07:002009-10-01T10:21:55.115-07:00HOMENAGEM AO ALENTEJO<div align="justify"><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><strong><span style="font-family:trebuchet ms;">HOMENAGEM AO ALENTEJO<br />Isaurinda Brissos</span></strong><br /><a dir="ltr" title="http://www.isaurindabrissos.com/" href="http://www.isaurindabrissos.com/" target="_blank" rel="nofollow"><span style="color:#000000;">http://www.isaurindabrissos...</span></a><br /><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><embed src="http://www.youtube.com/v/2sKB6C6fu1E&hl=" width="425" height="344" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" fs="1&"></embed><br /><span style="color:#ffffff;">o<br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000000;">Michel Giacometti, nascido na Córsega, licenciado em Letras de Etnografia, lança a âncora em Portugal em 1959. Por cá relaciona-se com o maestro Fernando Lopes Graça, que lhe transmite preciosas informações sobre o património musical português e o encoraja a realizar os seus primeiros trabalhos no norte do País.<br />Michel Giacometti descobriu Peroguarda através de António Reis, cineasta e poeta Portuense.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#000000;"><a href="http://www.isaurindabrissos.com/peroguarda-michel-giacometti/">http://www.isaurindabrissos.com/peroguarda-michel-giacometti/</a></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#ffffff;">o</span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-81010867278410229682009-10-01T07:28:00.000-07:002009-10-01T07:32:48.688-07:00Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-31436890382558665162009-10-01T07:26:00.000-07:002009-10-01T09:59:08.367-07:00CANTE ALENTEJANO<strong><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">0</span></strong><br /><span style="color:#660000;"><span style="font-size:85%;"><strong>Ceifeiros de Cuba</strong><br />Taberna do Lucas<br />CUBA - ALENTEJO</span></span><br /><span style="color:#ffffff;">0</span><br /><embed src="http://www.youtube.com/v/sGDnyq-UR-w&hl=" width="425" height="344" type="application/x-shockwave-flash" fs="1&" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always"></embed><br /><span style="color:#ffffff;">0 </span><br /><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#000000;">Uma das mais emblemáticas modas do cante alentejano - </span></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;"><span style="color:#000000;">género musical característico do Baixo Alentejo - aqui cantada</span></span></div><div align="justify"><span style="color:#000000;">pelos Ceifeiros de Cuba, na Taberna do Lucas, em Cuba, Alentejo. </span></div><span style="color:#000000;"><span style="color:#ffffff;">o</span><br /></span><span style="color:#ffffff;">0</span>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-61112505644018411792009-10-01T04:02:00.000-07:002009-10-01T04:17:55.506-07:00CEIFEIROS<div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiDPouZe87vB51MQpjhf5gMhpHZVUaCiSApZHaeXqySzPMX5w8wwAS_lFkyL6RYnbU7_yWfvGuDw1d0mZBLPdCboFFmNCg-4sxYC6mA9R6Nt7_IkMSSfqdQSb7XrH86yhQSQbra7EwNwo/s1600-h/Imagem4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387587278308549794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 252px; CURSOR: hand; HEIGHT: 322px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiDPouZe87vB51MQpjhf5gMhpHZVUaCiSApZHaeXqySzPMX5w8wwAS_lFkyL6RYnbU7_yWfvGuDw1d0mZBLPdCboFFmNCg-4sxYC6mA9R6Nt7_IkMSSfqdQSb7XrH86yhQSQbra7EwNwo/s400/Imagem4.jpg" border="0" /></a><span style="color:#ffffff;">o<br /></span><strong><span style="font-size:85%;">Dordio Gomes (1890 – 1976) </span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:85%;">Gadanheiro (Ceifeiro)</span></strong></div><div align="center"><a href="http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes"><span style="font-size:85%;color:#000000;">http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes</span></a></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;"></span></strong></div><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;"></span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;">CEIFEIROS</span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#660000;">Francisco Bugalho</span></strong><br /><span style="color:#660000;"><em>in</em> Poesia, Portugália Editora, Lisboa, 1906</span><br /><a href="http://castelodevide.blogspot.com/2003/12/sobre-francisco-bugalho.html"><span style="font-size:85%;color:#660000;">http://castelodevide.blogspot.com/2003/12/sobre-francisco-bugalho.html</span></a><br /><br /><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><span style="color:#660000;">Estes ceifeiros não são<br />Os ceifeiros do Fialho.<br />Têm braços, mãos, almas duras,<br />Têm fogo no coração,<br />Têm amor ao seu trabalho,<br />Por ser trabalhar no pão.<br /><br />Estes ceifeiros não são<br />Grilhetas, são orgulhosos<br />De darem, ao mundo, pão;<br />Porque são eles que o dão<br />A pobres ou poderosos.<br /><br />Está hoje vento suão.<br />Está quente, - oh, gentes! Está quente!<br />Vamos lá, outro empurrão!<br />Não vá desgranar-se o grão...<br />- E a fila marcha prá frente.<br /><br />Range o restolho cortado,<br />Pela serrilha da foice,<br />E aquele mar ondulado,<br />Que foi lindo mar doirado,<br />Não tem espiga que baloice.<br /><br />Quando a gente está afeito,<br />Quase não sente o calor.<br />Cortar o pão quer-se feito<br />Co'a ternura, gosto e jeito<br />Com que se fala de amor.<br /><br />A espiga está grada e bela.<br />O Inverno ainda vem longe.<br />E, nesta vida singela,<br />Ter pão é estar à janela<br />E poder olhar pra longe.<br /><br />Estes ceifeiros não sabem<br />Mais que a vida natural.<br />Mas têm a intuição que cabem,<br />Às mãos que esta faina acabem,<br />Dons do sobrenatural.<br /></span><span style="color:#ffffff;">0</span><br /><br /><span style="color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">o<br /></span></span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-1840593543419893372009-10-01T03:45:00.000-07:002009-10-01T04:00:32.611-07:00CEIFA - A NATUREZA DO TRABALHO<div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrLP6xHuqBlltkV13gwloW8FZV9Jn82y7ICJncRjaFvHWgYPr3RLMO1cW-IJPs6D90G2bVXuNo3ZkcU2sk-MnhNkJf_ddYEap1avRwCrOnIJnnpST8aRTOmQdF976N47s_6i9f3pbgegw/s1600-h/Imagem3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387582623168888386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 313px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrLP6xHuqBlltkV13gwloW8FZV9Jn82y7ICJncRjaFvHWgYPr3RLMO1cW-IJPs6D90G2bVXuNo3ZkcU2sk-MnhNkJf_ddYEap1avRwCrOnIJnnpST8aRTOmQdF976N47s_6i9f3pbgegw/s400/Imagem3.jpg" border="0" /></a></div><div align="center"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;"><strong>o</strong></span></div><div align="center"><span style="font-size:85%;"><strong>Dordio Gomes (1890-1976)</strong><br /><strong>"Verão" ou "A Ceifa"</strong></span></div><div align="center"><strong><span style="font-size:85%;">Aguarela (1927)</span></strong><strong><br /></strong><a href="http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes"><span style="font-size:85%;color:#000000;">http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes</span></a><br /></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;"><strong>Fialho de Almeida <em>in</em> Os Ceifeiros <em>in</em> À esquina</strong></span></div><div align="justify"><a href="http://www.vidaslusofonas.pt/Fialho.htm"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><a href="http://www.vidaslusofonas.pt/Fialho.htmo"><span style="color:#660000;">http://www.vidaslusofonas.pt/Fialho.htm</span></span></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><span style="color:#660000;">o</span></a></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">o</span><br />Na verdade, a ceifa é trabalho algo árduo e duro. É preciso ter boa têmpera, estar habituado a supor­tar o calor de brasa que cai do céu de chumbo para aguentar esse trabalho, essa luta heróica do homem com a terra.<br />Só quem ainda não viu, na hora de maior calma, os ceifeiros, homens e mulheres (que as mulheres também estão afeitas a estas duras lides) curvados sobre a terra, empunhando a foice na mão direita e com a esquerda agarrando os caules de espigas que uma mancheia pode abarcar, caules que corta de um golpe, o mais junto da terra possível, não sabe ava­liar bem a natureza deste trabalho campestre.<br />Sente-se a luta no estalar dos caules secos e no roçar do trigo pelos corpos em movimento.<br />Atrás, ao lado uns dos outros, abarcando 3 a 4 regos, lá vão eles deitando por terra o trigo, enquanto outros, os atadores, vão apanhando os pequenos mo­lhinhos que os ceifeiros deixam atrás de si e for­mando com eles molhos grandes que atam com os próprios caules que eles tiram dos molhos já atados e entrelaçam de modo especial junto das espigas.<br /><span style="color:#ffffff;">o</span></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-52346189099539033002009-10-01T02:50:00.000-07:002009-10-01T03:36:44.806-07:00TRIGO - CANCIONEIRO POPULAR ALENTEJANO<div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNJADH0MwgTy9qklNWrf3XTm6c6tRZOFqCFbzg8FWIgSVGoR9UkZyGklyfStorS1yH05vKRhg04dubzuBiIuls-4y1VUXqKMpFucFvhFIs1zUuXpPiN5u3Eb8mny6mH0anKLIiX37LHko/s1600-h/Imagem2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387566950956884674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 279px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNJADH0MwgTy9qklNWrf3XTm6c6tRZOFqCFbzg8FWIgSVGoR9UkZyGklyfStorS1yH05vKRhg04dubzuBiIuls-4y1VUXqKMpFucFvhFIs1zUuXpPiN5u3Eb8mny6mH0anKLIiX37LHko/s400/Imagem2.jpg" border="0" /> <p align="center"></a><span style="color:#3333ff;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:85%;"><strong>Mário Costa (n. 1902?), ilustração para<br />a capa do relatório comemorativo<br />do XX Aniversário da Campanha do Trigo, 1929-1949,<br />da Federação Nacional dos Produtores de Trigo (F.N.P.T.). 1949</strong> </span></span></span></p><p align="center"><span style="font-size:85%;color:#660000;"><strong></strong></span></p><div align="center"><span style="color:#660000;"></span></div><div align="center"><span style="color:#660000;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:85%;color:#660000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#660000;"></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#660000;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#660000;"></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:verdana;color:#ffffff;"><strong>o</strong></span></span></div><div align="justify"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></strong></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#660000;"><span style="font-family:verdana;"><strong></strong></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#660000;"><span style="font-family:verdana;"><strong>TRIGO - CANCIONEIRO POPULAR ALENTEJANO</strong><br />Recolha de Victor Santos (1959</span>)</span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#660000;">Alentejo, rei do trigo,<br />De arroz, cortiça, montado,<br />Vinho, olivais – monumentos<br />Do vasto solo sagrado.<br /><br />Alentejo é o rincão<br />Onde há a maior riqueza;<br />Mas não se resolve, então,<br />O problema da pobreza?<br /><br />Pão nosso de cada dia<br />Pelos pobres repartido…<br />Bendito o meu Alentejo<br />Que é celeiro bem provido!<br /><br />O sol pinta o trigo d’oiro,<br />Alua, as folhas de prata.<br />Alentejo és um tesoiro<br />Que o ceifeiro aos molhos ata.<br /><br />Ò terras do Alentejo,<br />Ó terras que eu sempre amei;<br />Foi ceifando os loiros trigos<br />Que o meu amor encontrei…<br /><br />Ai Alentejo, que amuo<br />o meu por não ser capaz<br />de ser rico como tu:<br />para dar o pão que tu dás.<br /><br />Não há pepita de oiro<br />que tenha o valor dum grão,<br />ninguém transforma um tesoiro<br />em bocadinhos de pão...<br /><br />Num pequeno grão de trigo<br />grande magia se encerra;<br />para o gerar, sol amigo<br />e água beijando a terra.<br /><br />Não maldigas o destino<br />e cumpre a tua missão;<br />sem o trigo pequenino<br />ninguém pode fazer pão.<br /><br />Trigo loiro, sem que o sintas,<br />limpo dos frutos do mal,<br />és pão das bocas famintas,<br />riqueza de Portugal.<br /><span style="color:#ffffff;">o</span></span></div><div align="justify"><span style="font-size:85%;color:#660000;"><span style="color:#ffffff;">o<br /></span><br /></span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-76742658603823747662009-10-01T02:01:00.000-07:002009-10-01T02:31:16.936-07:00ALENTEJO<div align="left"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="left"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;">o</span></div><div align="left"><div align="left"><span style="color:#ffffff;"></span></div><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF-kS6VSXCuLciebV4E1cbntFrT1TQmKvaCv_1XGb0tmEVVirWjP-oQAqPsvknlUzAerLYf_8Lmzr6SrZkbi23M_ACt_qxSotjkNFQeAu4NmkBlXRXjrJ04mYc25LSOEmo2IZ0BDPFeIc/s1600-h/Imagem1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387557182807309010" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 124px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF-kS6VSXCuLciebV4E1cbntFrT1TQmKvaCv_1XGb0tmEVVirWjP-oQAqPsvknlUzAerLYf_8Lmzr6SrZkbi23M_ACt_qxSotjkNFQeAu4NmkBlXRXjrJ04mYc25LSOEmo2IZ0BDPFeIc/s400/Imagem1.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"> Paisagem alentejana com figuras Dórdio Gomes (1890-1976)</span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Óleo sobre Tela (415 x 1380 mm)<br />Colecção Joaquim Bandeira<br />(Março de 2009)<br />Esta obra serviu para o 1º rótulo do vinho Esporão. </span></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;"><a href="http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes"><span style="font-size:78%;color:#000000;">http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes</span></a><br /></span><br /></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#993300;"></span></div><div align="center"><br /></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#993300;"></span></div><div align="center"><br /></div><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#993300;"></span></div><div align="left"><strong><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;color:#660000;">ALENTEJO</span></strong></div><div align="left"><strong><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#660000;">Manuel Alegre</span></strong></div><div align="left"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Alegre"><span style="font-size:85%;color:#660000;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Alegre</span></a></div><div align="left"></div><span style="font-family:trebuchet ms;"><div align="justify"><br /><span style="color:#660000;">Folheia-se o caderno e eis o sul<br />E o sul é a palavra. E a palavra<br />Desdobra-se<br />No espaço com suas letras de<br />Solstício e de solfejo<br />Além de ti<br />Além do Tejo<br />Verás o rio e talvez o azul<br />Não o de Mallarmé: soma de branco e de vazio<br />Mas aquela grande linha onde o abstracto<br />Começa lentamente a ser o<br />Sul<br />Outro é o tempo<br />Outra a medida<br /><br />Tão grande a página<br />Tão curta a escrita<br /><br />Entre o achigã e a perdiz<br />Entre chaparro e choupo<br /><br />Tanto país<br />E tão pouco<br />Solidão é companheira<br />E de senhor são seus modos<br />Rei do céu de todos<br />E de chão nenhum<br /><br />À sombra de uma azinheira<br />Há sempre sombra para mais um<br />Na brancura da cal o traço azul<br />Alentejo é a última utopia<br /><br />Todas as aves partem para o sul<br />Todas as aves: como a poesia</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="color:#ffffff;">o</span></span></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-8836982865530862402009-09-30T18:04:00.000-07:002009-09-30T19:00:15.285-07:00PUCARINHOS DE BARRO<span style="color:#ffffff;">o</span><br /><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJE_PlUyq99jaCcXn4TyJg5m6KXs4HOBsp4ZC_ZbfHQYtSD770BhlJiLAkSImSNfau_01veZU3yPlT-zhCDc0mktiSSbhSf4Zl3Y4P9fWigJDeEDowf-Ihn78yUYklxBsZbfERR6dq7eI/s1600-h/300px-Las_Meninas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387440741358039042" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 342px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJE_PlUyq99jaCcXn4TyJg5m6KXs4HOBsp4ZC_ZbfHQYtSD770BhlJiLAkSImSNfau_01veZU3yPlT-zhCDc0mktiSSbhSf4Zl3Y4P9fWigJDeEDowf-Ihn78yUYklxBsZbfERR6dq7eI/s400/300px-Las_Meninas.jpg" border="0" /></a> <span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Diego Velázquez (1599 - 1660)<br />As Meninas<br />Óleo sobre tela (318 x 276 cm)<br />Museu do Prado, Madrid</span></div><div align="center"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez"><span style="font-size:78%;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez</span></a> </div><br /><br /><p align="center"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#660000;"><strong><span style="font-size:85%;"></span></strong></span></span></span></p><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;"><strong>PUCARINHOS DE BARRO</strong></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#660000;"><strong>Maria de Santa Isabel <em>in </em>Flor da Esteva, Portugália Editora, Lisboa, 1948.</strong><br /><br /><br />Pucarinhos de barro, quem me dera<br />Sentir, na minha boca, essa frescura<br />Da vossa água perfumada e pura,<br />Que me trás o sabor da primavera!<br /><br />Quanta boca ansiosa vos procura,<br />Num símbolo de crença e de quiméra:<br />Simples imagem viva, bem sincera,<br />Dum mundo de ilusões e de ternura!<br /><br />Meus santos pucarinhos, milagrosos,<br />Cumprindo as gratas obras do Senhor,<br />Dando a beber aos lábios sequiosos:<br /><br />Minha boca vos beija com fervor,<br />Como se, noutros tempos luminosos,<br />Beijasse ainda o meu primeiro amor! </span></span><br /><br /><p><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;color:#ffffff;">o</span></p>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-63330382645620719652009-09-30T11:47:00.000-07:002009-09-30T12:15:44.557-07:00COMOÇÃO RURAL<div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1rYUhkicAN2hYih2_9C09FFdxsHCV9o_KTPnbgwfAlijyQrPXHkA3yol-7MkBMdnyOloveoGoElld1t2aV2CuYUnLer-RjgKm2tYxQbwr5RaxgOD3iIFJCaCQlDSaA2E0iqWB86amje0/s1600-h/ceifa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387338415965096514" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 264px; CURSOR: hand; HEIGHT: 360px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1rYUhkicAN2hYih2_9C09FFdxsHCV9o_KTPnbgwfAlijyQrPXHkA3yol-7MkBMdnyOloveoGoElld1t2aV2CuYUnLer-RjgKm2tYxQbwr5RaxgOD3iIFJCaCQlDSaA2E0iqWB86amje0/s400/ceifa.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:85%;color:#993300;"> Dordio Gomes (1870 - 1976)<br /></span><div align="center"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Alentejo<br />Óleo sobre tela (</span><span style="font-family:Trebuchet MS;">81 x 60 cm)</span></span></span></div><div align="center"><span style="font-family:Trebuchet MS;"><span style="font-size:85%;"><span style="color:#993300;">Centro de Arte Moderna (Lisboa)</span><br /></span></div></span><a href="http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes"><span style="font-size:85%;">http://www.infopedia.pt/$dordio-gomes</span></a><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong></strong></span><br /></span><br /><div align="left"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;color:#660000;"><strong>COMOÇÃO RURAL </strong></span></div></div><div align="left"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;"><strong>Azinhal Abelho (1911-1979)</strong></span></div><div align="left"><span style="color:#660000;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Azinhal_Abelho"><span style="font-size:85%;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Azinhal_Abelho</span></a><br /></span></div><p align="left"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;"><strong></strong></span></p><div align="left"><span style="color:#660000;"><br /></span></div><p align="left"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#660000;">Já não há quem queira dar<br />uma filha a um ganhão...<br />Senhor Pai, senhora mãe,<br />que grande desolação.<br /><br />Já bati a sete portas<br />por mais de mil e uma vez;<br />Vá-se embora seu ganhão,<br />disseram com altivez…<br />A minha filha é prendada,<br />não é para qualquer tunante,<br />sabe ler, sabe escrever<br />e todo o seu consoante.<br />O que é que tem um ganhão?<br />Um azinho dum pau torto;<br />só vive das tristes ervas,<br />não tem onde cair morto.<br /><br />Os olhos já não são olhos,<br />estão desfeitos em chorar,<br />porque a um pobre ganhão<br />já não há quem queira dar<br />nem mulher para dormir<br />nem a filha para mulher;<br />nem quem o ajude a vestir,<br />nem quem o ajude a morrer.<br /><br />Ramos secos, estéreis flores,<br />pedras de arestas cortantes<br />perdidas num vendaval,<br />perdidas numa aflição…<br />Eu já não posso gritar;<br />Senhor Pai, senhora Mãe,<br />que grande desolação<br />nestes matagais com longes,<br />aonde os anjos se afundam<br />em humus e punição!</span></p><p align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#ffffff;">o</span></p><p align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#ffffff;">o</span></p><p align="left"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></p>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-78522519543823473822009-09-30T10:51:00.000-07:002009-09-30T12:53:50.899-07:00BARROS DE ESTREMOZ<div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"><span style="color:#ffffff;">o</span></div><div align="center"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1eumdHNFYbr2Ho_eH4-LoaMbMoxUWN1MfXODg2K-SSX9Sv6rqIt9qrYI9S_MHlarap4ggvdxrWJL1_3dqlTP2JgD38ot51-2fZawig1PVYzSbDhTkj7edekKn4QvSl65o5FtQPQ-7yQ0/s1600-h/Barros+de+Estremoz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387329274674364082" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 265px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1eumdHNFYbr2Ho_eH4-LoaMbMoxUWN1MfXODg2K-SSX9Sv6rqIt9qrYI9S_MHlarap4ggvdxrWJL1_3dqlTP2JgD38ot51-2fZawig1PVYzSbDhTkj7edekKn4QvSl65o5FtQPQ-7yQ0/s400/Barros+de+Estremoz.jpg" border="0" /></a></div><div align="center"></div><div align="center">Mercado de Barros em Estremoz - Ilustração de Azinhal Abelho </div><div align="center">para seu livro "Barros de Estremoz", Edições Panorama, Lisboa, 1964.<br /><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong></span></span></div><div align="justify"><strong><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;color:#993300;"></span></strong></div><div align="center"></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;"><strong></strong></span></span></div><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Azinhal_Abelho">http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Azinhal_Abelho</a><br /><p></p><p align="center"><strong><span style="font-size:78%;"><br /></span></strong></p><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;"><strong></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;"><strong></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;"><strong></strong></span></span></div><br /><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:180%;"><strong>BARROS DE ESTREMOZ </strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#993300;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>Maria Guiomar Ávila <em>in</em> À janela da Vida, Estremoz, 1988.<br /></strong><br /><br />Bilha de barro, enfeitada,<br />Lembras moçoila corada,<br />De cara fresca e bonita,<br />Cinturinha fina<br />E ancas modeladas<br />No avental de chita!<br />Bilha de barro, singela<br />Como a alma do oleiro<br />Que te desenha e modela!<br />Basta olhar-te e logo vejo<br />- Na tua graça e frescura –<br />Todo o povo do Alentejo:<br />Pastores de olhos perdidos na lonjura,<br />Sem lutas nem ambição,<br />Falando a sós com Deus<br />Em longas noites e dias<br />de solidão;<br />Ceifeiras e mondadeiras,<br />Simples e joviais,<br />Cantando para enganar<br />O cansaço das horas sempre iguais:<br /><br />"Lá vai o comboio, lá vai,<br />Lá vai ele a assobiar.<br />Lá vai o meu lindo amor<br />Para a vida militar..."<br /><br />E os ganhões,<br />Erguendo ao alto as enxadas,<br />Em longas filas cerradas<br />(Como um friso de escultura<br />De antiga tradição)<br />Pedindo à terra<br />O tesouro que ela encerra<br />E que há-de um dia transformar-se em pão.<br />E o manajeiro,<br />O ajuda, o maioral...<br />Todo este povo humilde,<br />Honesto e leal,<br />Em ti perpassa<br />Como um símbolo vivo<br />Do trabalho e da raça!<br /><br />Oh minha bilha, enfeitada,<br />Lembras moçoila corada,<br />De cara fresca e bonita,<br />Cinturinha fina<br />E ancas modeladas<br />No avental de chita! </span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#ffffff;">o</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#993300;"></span> </div></div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-80017997881680657602009-09-16T12:04:00.000-07:002009-09-30T12:54:39.092-07:00NO MONTE<strong><span style="color:#996633;">Conde de Monsaraz (1852-1913)</span></strong><br /><a href="http://vates.blogs.sapo.pt/arquivo/672846.html">http://vates.blogs.sapo.pt/arquivo/672846.html</a><br /><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDi81Q1cYbv_AQe3GZdEmtG1lwJxf-3uxK523XEi60wtfTc5WwGklbhuIIbnuHU3EGjLYshJIaBdEg8OTpL11Xvfm_qTxZUCqf1oFPDQCygNY5iDG0Py-q7r8RuZz9SNaoS-L_KJExW8/s1600-h/Imagem2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382145293048539970" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 186px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUDi81Q1cYbv_AQe3GZdEmtG1lwJxf-3uxK523XEi60wtfTc5WwGklbhuIIbnuHU3EGjLYshJIaBdEg8OTpL11Xvfm_qTxZUCqf1oFPDQCygNY5iDG0Py-q7r8RuZz9SNaoS-L_KJExW8/s320/Imagem2.jpg" border="0" /></a> <strong><span style="font-size:78%;">D. Carlos de Bragança (1863-1908)<br />O Sobreiro (1905)</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:78%;">Pastel sobre cartão</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-size:78%;">177 x 91 cm</span></strong></div><div align="center"><span style="font-size:78%;"><strong>Palácio Ducal de Vila Viçosa</strong> </span><br /></div><br />No monte, o lavrador, cansado da labuta<br />Do dia que passou, monótono, uniforme<br />São oito horas, ceou, recolheu-se e já dorme,<br />Feliz por ver medrar as terras que desfruta.<br /><br />A lavradora, não; activa e resoluta,<br />Moireja até mais tarde e descansa conforme<br />A faina lho consente e a barafunda enorme<br />De homens e de animais que em derredor se escuta<br /><br />Mas a filha, que tem vinte anos e que sente,<br />Nas solidões da herdade, a alma descontente<br />E o sangue a referver num sonho tresloucado,<br /><br />Encosta-se à janela; ouvem-se as rãs e os grilos;<br />E os olhos de azeviche, ardentes e tranquilos,<br />Ficam-se horas a olhar as sombras do montado...<br /><span style="color:#ffffff;">o</span><br /><span style="color:#ffffff;">o</span>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-273264301611196698.post-77412761695121120722009-09-16T08:47:00.000-07:002009-12-01T09:49:53.627-08:00A IDENTIDADE CULTURAL ALENTEJANA<a href="http://www.hernanimatos.com/identidadecultural01.htm">http://www.hernanimatos.com/identidadecultural01.htm</a><br /><strong>Hernâni Matos</strong><br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKZppPir4YIrvXcMMRvHllZg9rFT6ELm16Qd65YZ_CBb-Uf962d5TFyL2jbX_vTKN8ALL7fK7_q2QHoiFj9QMChxe0kQKRTzugjVdzKn2dp8MnEidKDh6YNFHJ2LWB7Xd4OrJSzE6eUY/s1600-h/4772_94854601545_.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382138826897898322" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 223px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKZppPir4YIrvXcMMRvHllZg9rFT6ELm16Qd65YZ_CBb-Uf962d5TFyL2jbX_vTKN8ALL7fK7_q2QHoiFj9QMChxe0kQKRTzugjVdzKn2dp8MnEidKDh6YNFHJ2LWB7Xd4OrJSzE6eUY/s320/4772_94854601545_.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:georgia;font-size:78%;"><strong>ALBERTO DE SOUZA (1880-1961)</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:georgia;font-size:78%;"><strong>A ceifa no Alentejo</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:georgia;font-size:78%;"><strong>Aguarela sobre papel, assinada</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:georgia;font-size:78%;"><strong>Dim. - 14 x 20 cm</strong></span></div><br /><p><span style="font-family:georgia;"></span></p><br /><p><span style="font-family:georgia;"></span></p><p><span style="font-family:georgia;"></p></span><div align="justify">A quem não me conhece, permitam-me que me apresente. Sou o Hernâni, natural de Estremoz, terra de barro, esse mesmo barro com que Deus terá moldado o primeiro homem.<br /><br />Com os pés bem assentes na sólida e vasta planície de Além-Tejo, sinto-me em absoluto sincronismo espiritual com a paisagem que um Silva Porto, um D. Carlos de Bragança ou um Dordio Gomes, tão bem souberam cromaticamente fixar na tela.<br /><br />De igual modo, um Conde de Monsaraz, uma Florbela Espanca ou um Manuel da Fonseca, registaram poeticamente em vibrantes estrofes, a matriz da nossa natureza ancestral.<br /><br />Também um Fialho de Almeida, um Manuel Ribeiro ou um Antunes da Silva magistralmente perpetuaram na prosa, o colorido policromático e multifacetado da nossa etnografia, a dureza da nossa labuta, a firmeza do nosso querer, o calor do nosso sentir, a razão das nossas revoltas ancestrais, os marcos das nossas lutas e as mensagens implícitas nas nossas esperanças.<br /><br />Telas, versos e prosa que são sinestesias que fazem vibrar os nossos cinco sentidos.<br /><br />O azul límpido do céu, o castanho da terra de barro, a cor de fogo do Sol e o verde seco da copa dos sobreirais, constituem uma paleta de cores, trespassada por uma claridade que quase nos cega e é companheira inseparável do calor que nos esmaga o peito, queima as entranhas e encortiça a boca.<br /><br />Sonoridades do restolho seco que quebramos debaixo dos pés, sonoridades das searas e dos montados, sonoridades dos rebanhos que ao entardecer regressam aos redis, mas sonoridades também na ausência de sons por não correr o mais leve sopro de aragem.<br /><br />Odores das flores de esteva, de poejo e de orégãos, mas também do barro húmido, do azeite com que temperamos divinamente a comida e do vinho espesso e aveludado, que mastigamos nos nossos rituais gastronómicos.<br /><br />São estas profundas marcas, gravadas atavicamente a fogo na alma alentejana, que fazem com que eu seja, não por opção, mas por nascimento, um homem do Sul e um alentejano dos barros de Estremoz.<br /><br />Sinto o Alentejo com emoção e a dimensão regional das minhas emoções tem a ver com a identidade cultural do povo alentejano, forjada e caldeada em condições adversas. Vejamos em rápidas pinceladas, o que é isso da identidade cultural do povo alentejano.<br /><br />Em <strong>primeiro lugar</strong> a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com a paisagem, que para Eduardo Teófilo em "Alentejo não tem sombra" é um:<br /><br /><em>“Plaino imenso, extensão sem fim a perder-se, lá, onde a vista mais não alcança, mar dourado ondulando de leve, num amarelo forte que se vai esbatendo pouco a pouco à medida que a extensão se esquece e acaba. Céu azul, baço, abóbada afogueada por sobre a seara madura, pare­cendo pousada mesmo sobre nós, Sol que não se pode olhar que o reflexo do seu disco brilhante cega e dói.<br />Não há uma sombra, não se vê viv'alma. O mundo parou, a vida parou, como que hipnotizados pela salva res­plandecente do Sol a pino, bem na vertical”.<br /></em><br />Em <strong>segundo lugar</strong>, a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com o carácter do povo alentejano, sobre o qual nos diz Vítor Santos no seu "Cancioneiro Alentejano":<br /><br /><em>“Independentes, ousados, alegres embora de feições duras e escurecidas pelo sol, eles mostram bem, pelo espírito decidido e olhar sobranceiro e um tudo-nada desconfiado, que possúem a consciência da sua força e do seu valôr”.<br /><br /></em>Faz parte ainda do carácter do povo alentejano, o amor desmesurado que nutre pela sua terra. Como nos diz Antunes da Silva em "Terra do nosso pão":<br /><br /><em>“Isto de Alentejanos é gente que puxa para uma banda só. Partir à aventura no rasto da fortuna, caindo aqui, levantando-se além, não é caminho que se abra às vozes da alma dos Alen­tejanos. Nem é o susto de outras paisagens vir­gens para onde os mandam, mas o amor sub­merso que têm ao seu chão e que de repente se ergue como uma força do sangue. Teimosamente agarrados à plenitude dos escampados, ao valor das suas vilas e aldeias, aprendem a ser livres com a natureza que lhes legaram seus avós.”<br /></em><br />Em <strong>terceiro lugar</strong> a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com o trajo popular. Diz-nos Luís Chaves em "A Arte Popular – Aspectos do Problema":<br /><br /><em>“O traje surge-nos como produto natural do meio, isto é, de quanto dentro e à volta do homem existe; e tudo que influi no espírito e actua nele. Desde a escolha e adopção dos tecidos, até a côr e a forma, desde a ornamentação ao arranjo das partes componentes, tudo aí tem razão de ser como é, e tem de estar onde está”. O trajo alentejano é rico e diversificado, quer seja usado por homem ou mulher, estando em relação directa com a posição de cada um na escala social e com as tarefas diárias desempenhadas.<br /></em><br />Em <strong>quarto lugar</strong> a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com a gastronomia. O Alentejo é a região do borrego e este é um recurso com elevada cotação na bolsa de valores gastronómicos. Por isso, no âmbito da FIAPE – Feira Internacional Agro-Pecuária de Estremoz, decorre a Semana Gastronómica do Borrego, onde o borrego impera como rei e senhor. Então, os restaurantes locais apresentam receitas a Concurso, todas confeccionadas a partir do borrego. Eis algumas: sopa da panela, ensopado de borrego, borrego guisado com ervilhas, mãozinhas de borrego panadas, perna de borrego trufada, cozido de borrego com grão, feijão verde e abóbora, mãozinhas de borrego com molho de tomate, borrego assado à alentejana, sarrapatel de borrego, borrego de alfitete, miolos de borrego, iscas de fígado de borrego, arroz de fressura, empadas de borrego, tarte de requeijão, bolo de requeijão e queijadas.<br /><br />Qualquer destes pratos é definidor da nossa identidade cultural. A gastronomia do borrego, essa é património culinário legado pelos nossos ancestrais. É património para mastigar, para saborear e para lamber os beiços, a comer e a chorar por mais, pois barriga vazia não conhece alegrias... Por isso, apetece dizer: - Viva o património mastigável! - Viva! - Avante com a defesa do património! - Avante!<br /><br />Em <strong>quinto lugar</strong> a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com a arte popular. Desde tempos imemoriais que o pastor alentejano ocupa o tempo que lhe sobra da guarda do rebanho, em gravar desenhos sobre madeira, cortiça ou chifre. Resumidamente referiremos: garfos, colheres, chavões, foicinheiras, esfolhadores, formas de dobar linhas, cabaças, caixas de costura, polvorinhos, cornas, etc. Naturalmente, que na arte popular e muito para além da arte pastoril, há a incluir entre inúmeras outras formas de arte popular, a barrística popular e a olaria.<br />Diz-nos Virgílio Correia na "Etnografia Artística":<br /><br /><em>"A Província do Alentejo é a lareira onde arde mais vivo, mais claro e mais alto, o fogo tradicional da arte popular portuguesa.”<br /></em><br />Já João Falcato no "Elucidário do Alentejo" diz-nos que:<br /><br /><em>“Não sabe uma letra o pastor destas terras, em erudição nunca ouviu falar, e é poesia pura a linguagem da sua alma, e é poesia pura o que sai das suas mãos.<br />E além de tudo mais uma qualidade tem a sua poesia. Não precisa dos livros para se imortalizar. Um raminho de buxo, um nada de cortiça, e, da inspiração fugidia, ficou alguma coisa nas nossas mãos. "<br /></em><br />Em <strong>sexto-lugar</strong> a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com o cancioneiro popular. De facto, têm bastante expressão entre nós os poetas populares, muitos dos quais são pastores que criam, sobretudo, décimas e quadras que registam no livro vivo da sua memória. A quadra, essa pode ser brejeira:<br /><br /><em>Assente-se aqui, menina,<br />À sombra do meu chapéu,<br />O Alentejo não tem sombra,<br />Senão a que vem do céu.</em><br /><br />Pode ser também o reflexo do grande isolamento em que vive o pastor, que lhe permite conhecer a natureza que o rodeia, muito em particular, o céu:<br /><br /><em>As árves que o mundo tem<br />Cubro-as c’o meu chapéu.<br />Diga-me cá por cantigas<br />Quantas ‘strelas há no céu?</em><br /><br />Por vezes a poesia encerra uma profunda crítica social:<br /><br /><em>Sobe o rei no alto trono,<br />Desce o pastor ao val’ fundo;<br />Uns p’ra baixo, outros p’ra cima<br />Vai-se assim movendo o mundo."</em><br /><br />Felizmente que através dos tempos tem havido estudiosos que têm procedido à recolha do rico Cancioneiro Popular. Registo entre outros os nomes de Tomás Pires, Luís Chaves, Azinhal Abelho, Manuel Joaquim Delgado, Vítor Santos, Fernando Lopes Graça, Michel Giacometti, a quem presto o tributo do meu reconhecimento por terem tido a clarividência da importância que constitui o registo escrito do Cancioneiro Popular, como forma de assegurar a perpetuidade do que tem de mais rico e genuíno a nossa memória colectiva.<br /><br />Em <strong>sétimo lugar</strong>, a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com o cante, que segundo a tese litúrgica do padre António Marvão teve origem em escolas de canto popular fundadas em Serpa, por monges paulistas do Convento da Serra d’Ossa, os quais tinham formação em canto polifónico.<br /><br />No "Cancioneiro Alentejano" – recolha de Victor Santos, diz Fernando Lopes Graça:<br /><br /><em>“O alentejano canta com verdadeira paixão e todas as ocasiões lhe são boas para dar largas ao seu lirismo ingénito. Não há trabalho, folga, festa ou reunião de qualquer espécie, sem um rosário infindo de cantigas.”<br /></em><br />Manuel Ribeiro na "Lembrança dos Cantadores da Aldeia Nova de São Bento, Mértola, Vidigueira e Vila Verde de Ficalho", diz-nos:<br /><br /><em>“Só no Alentejo há o culto popular do canto. Ali se criou o tipo original do “cantador”. Pelas esquinas, altas horas, embuçados nas fartas mantas, agrupam-se os homens: esmorece a conversa, faz-se silencio e de subito, expontâneamente, rompe um coral. É o diálogo em que eles melhor se entendem, é a conversa em que todos estão de acôrdo.<br />Quem não viu em Beja, em certas ruas lôbregas, em certos recantos que escondem ainda os antros esfumados das adegas pejadas de negras e ciclopicas talhas mouriscas, quem não viu duas bancadas que se defrontam e donde se eleva um canto entoado, solene e soturno, com o quer que seja da salmodia dum côro de monges?”</em><br /><br />Embora possa cantar só, o alentejano canta sobretudo em coros e esse canto é sério, dolente, compenetrado e mesmo solene, porque o alentejano é lento, comedido e contemplativo, por força do Sol escaldante.<br /><br />O coro une os alentejanos. Como diz Eduardo Teófilo em "Alentejo não tem sombra":<br /><br /><em>“Há, no entanto, a ligá-los a todos, algo de pró­prio, de indefinidamente próprio e que os torna re­conhecíveis em qualquer lugar em que se encontrem.(...). Todos eles estão marcados a fogo, pelo fogo daquele Sol ardente que, mesmo quando mal brilha, entra nas almas e molda os caracteres, todos eles apresentam o seu rosto cortado por navalhadas de vida e tostados pelas ardências do Sol de Verão, como se vivessem todos, realmente, sem uma sombra a que se abrigar.”<br /></em><br />Sobre o cante diz-nos ainda Antunes da Silva em "Terra do nosso pão":<br /><br /><em>“As cotovias cantam para o céu, tresnoitadas. Os Alentejanos cantam para os horizontes, sonhando. Dessas duas castas melodias nasce a força de um povo!”<br /></em><br />Em <strong>oitavo lugar</strong>, a identidade cultural do povo alentejano tem a ver com a habitação popular, o monte ou a casa de povoado, ambos de planta rectangular e com chaminé aparecendo em ressalto na fachada. Os materiais de construção são a taipa e o tijolo. O telhado é de duas águas, coberto de telhas assentes em ripas. As paredes, reforçadas por vezes com contrafortes, são caiadas de branco. Lá diz o cancioneiro popular:<br /><br /><em>Nas terras do Alentejo<br />É tudo tão asseado...<br />As casas e o coração,<br />Sempre tudo anda lavado...<br /></em><br />Julgo ter ficado sobejamente demonstrado que pela sua paisagem própria, pelo carácter do povo alentejano, pelo trajo popular, pela gastronomia, pela arte popular, pelo cancioneiro popular, pelo cante, pela casa tradicional, o Alentejo é uma região com uma identidade cultural própria.<br /><br />Como diria o poeta, é preciso, é imperioso, é urgente, que cada um de nós tenha consciência dessa identidade cultural e lute pela sua preservação, valorização e aprofundamento. </div>Hernâni Matoshttp://www.blogger.com/profile/04935361929210155808noreply@blogger.com1