quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

BOM ANO NOVO DE 2010


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Com o findar do ano velho, só uma coisa é possível desejar aos visitantes deste blog. Que o NOVO ANO de 2010 lhes possa ser mais favorável que o ano de 2009. Sei que será difícil, mas sem demagogia, são esses os meus sinceros votos, que ilustro com a rapaziada do redondo a cantar AS JANEIRAS.


Hernâni Matos
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Vinhetas da Feira Exposição de Maio, em Estremoz


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Parecem selos mas não são.

São vinhetas gomadas e denteadas, precursoras dos actuais auto-colantes, que os correios autorizavam a circular, para promover determinados eventos.
São interessantes quando apostas em documentos postais circulados e se estiverem obliteradas com um carimbo dos correios ainda é melhor e tanto melhor se este for da localidade a que se refere o evento.
A primeira vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1926 - ano em que Estremoz foi elevada á categoria de cidade, o que aconteceu a 31 de Agosto de 1926, em virtude do decreto-lei nº 12.227, iniciativa do Engº Agrónomo Santos Garcia, representante do distrito de Évora, no Senado. Recorde-se que a Ditadura Militar que abriria as portas ao Estado Novo foi implantada a 28 de Maio de 1926 e viria a demitir a Comissão Executiva da Câmara Municipal de Estremoz, presidida pelo Dr. José Lourenço Marques Crespo (1872-1955), a 13 de Julho de 1926. Mas foi graças à iniciativa do Dr. Marques Crespo, que a “Notável Vila de Estremoz”, ascendeu à categoria de cidade.
A segunda vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1927, já depois de Estremoz ter sido elevada à categoria de cidade. A Feira desse ano foi famosa e o cartaz da Feira e a capa do catálogo foram da autoria de Mestre Alberto de Souza (1880-1961).
Macacos me mordam se não foi do seu traço magistral a autoria desta pequena maravilha que une num forte amplexo a mulher-ceifeira e a terra-mãe de Além Tejo.
Estas vinhetas são documentos que assinalam uma época, tal como um programa do Antigo Cineclube de Estremoz, um santo protector distribuído na assassinada Igreja de Santo André ou um rótulo dum pirolito da extinta Fábrica Massano. São documentos que urge sensibilizar para a sua preservação, porque uma comunidade sem memória não tem futuro.




quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Em memória de uma ceifeira chamada Catarina

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Gravura de José Dias Coelho (1923-1961)
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Carlos Paredes(1925-2004):
Em Memória De Uma Camponesa Assassinada
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CANTAR ALENTEJANO
Vicente Campinas (1938 - ) *
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Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
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Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
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Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
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Aquela pomba tão branca
Todos a querem p’ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
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Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
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* Este poema foi musicado por José Afonso
no álbum "Cantigas de Maio",
editado no Natal de 1971.
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Camponês com pelico e safões

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ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,
calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,
funcionando como consciência plástica da Nação.
Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,
o nº 35 da "Série B" - Costumes Portugueses,
tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"
de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).

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TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Camponês

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ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,
calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,
funcionando como consciência plástica da Nação.
Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,
o nº 34 da "Série B" - Costumes Portugueses,
tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"
de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).
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TRAJO POPULAR ALENTEJANO - Ceifeira

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ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,
calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,
funcionando como consciência plástica da Nação.
Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,
o nº 33 da "Série B" - Costumes Portugueses,
tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"
de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).
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TRAJO POPULAR ALENTEJANO - O pastor

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ALBERTO DE SOUZA (1880-1961), notável aguarelista e ilustrador,
calcorreou o país de lés a lés na primeira metade do século XX,
funcionando como Alinhar à esquerdaconsciência plástica da Nação.
Foi ilustrador de bilhetes-postais, como este,
o nº 32 da "Série B" - Costumes Portugueses,
tendo impresso no verso um selo do tipo "TUDO PELA NAÇÃO"
de $25 (azul) ou de 1$00 (vermelho).
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Sobre o traje, diz-nos o etnólogo Luís Chaves [1]: "O traje surge-nos como produto natural do meio, isto é, de quanto dentro e à volta do homem existe, e tudo o que influi no espírito e actua nele.Desde a escolha e adopção de tecidos,até à cor e forma, desde a ornamentação, ao arranjo das partes componentes, tudo aí tem razão de ser como é, e tem de estar onde está.".
O trajo alentejano, tal como é revelado pelos bonecos de Estremoz, é rico e diversificado, quer seja usado por homem ou mulher, estando em relação directa com a posição de cada um na escala social e com as tarefas diárias desempenhadas.

[1] CHAVES, Luís – A Arte Popular – Aspectos do Problema. Porto: Portucalense Editora, 1943.