sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FLORBELA ESPANCA: ÁRVORES DO ALENTEJO


FLORBELA ESPANCA (1894-1930)

Estas árvores de que fala Florbela, são decerto, os sobreiros :

FLORBELA ESPANCA: ÁRVORES DO ALENTEJO

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não chorais! Olhai e vêde;
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
O

1 comentário:

  1. Amo Florbela. Tenho uma foto tirada frente ao busto dela em Évora. Está até aqui em um post.
    Abraços Edna

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