quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Vinhetas da Feira Exposição de Maio, em Estremoz


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Parecem selos mas não são.

São vinhetas gomadas e denteadas, precursoras dos actuais auto-colantes, que os correios autorizavam a circular, para promover determinados eventos.
São interessantes quando apostas em documentos postais circulados e se estiverem obliteradas com um carimbo dos correios ainda é melhor e tanto melhor se este for da localidade a que se refere o evento.
A primeira vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1926 - ano em que Estremoz foi elevada á categoria de cidade, o que aconteceu a 31 de Agosto de 1926, em virtude do decreto-lei nº 12.227, iniciativa do Engº Agrónomo Santos Garcia, representante do distrito de Évora, no Senado. Recorde-se que a Ditadura Militar que abriria as portas ao Estado Novo foi implantada a 28 de Maio de 1926 e viria a demitir a Comissão Executiva da Câmara Municipal de Estremoz, presidida pelo Dr. José Lourenço Marques Crespo (1872-1955), a 13 de Julho de 1926. Mas foi graças à iniciativa do Dr. Marques Crespo, que a “Notável Vila de Estremoz”, ascendeu à categoria de cidade.
A segunda vinheta é da Feira Exposição de Maio de 1927, já depois de Estremoz ter sido elevada à categoria de cidade. A Feira desse ano foi famosa e o cartaz da Feira e a capa do catálogo foram da autoria de Mestre Alberto de Souza (1880-1961).
Macacos me mordam se não foi do seu traço magistral a autoria desta pequena maravilha que une num forte amplexo a mulher-ceifeira e a terra-mãe de Além Tejo.
Estas vinhetas são documentos que assinalam uma época, tal como um programa do Antigo Cineclube de Estremoz, um santo protector distribuído na assassinada Igreja de Santo André ou um rótulo dum pirolito da extinta Fábrica Massano. São documentos que urge sensibilizar para a sua preservação, porque uma comunidade sem memória não tem futuro.




4 comentários:

  1. caro Hernâni

    grande abraço de agradecimento por lembrança de meu dia de anos. Estive uma temporada sem visitar faceBook, foi no que deu
    Abraço atrasado, Boas Festas ainda, bom 2010

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  2. Duas peças de grande beleza, de facto.
    Quanto à questão da memória, ou da falta dela, eu diria que uma comunidade sem memória nem presente tem, quanto mais futuro.











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  3. Parabéns e um outro ano 2010 (novo?)que nos traga também mais e melhores (não promessas) mas coisas palpáveis...e mais recordações do nosso valioso património...Alentejano.
    Um grande abraço
    Domingos António Xarepe

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  4. Obrigado Hernani !
    Rapinei o desenho de Dias Coelho (tristemente assassinado pela Pide)e os cantares da Janeiras ,
    quanto desenho transportei-o para o meu album "Rapinancos" devidamente referenciado.
    Escusado sera' dizer que agradeco a amizade virtual e estou encantodo com o blogue.

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